sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Cinema: A Menina Que Roubava Livros

"Uma pequena teoria:
As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode constituir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los."

É. Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler.


A adaptação do livro de Markus Zusak finalmente chegou no cinema. A Menina Que Roubava Livros estreou no último final de semana e já faturou alguns milhões de bilheteria. E como toda adaptação, já dividiu opiniões entre quem leu o livro e gostou, quem leu e não gostou, e claro, quem não leu. E eu sou da seguinte opinião: uma adaptação, por mais bem feita que seja, nunca vai ser completamente fiel ao livro.

No caso do filme em questão, a adaptação ficou com qualidade. Mas para aqueles que (assim como eu) amam a narração do livro, não vá com tanta sede ao pote: são poucos o momentos realmente narrados. Momentos esses que seriam o começo, o meio e o fim. Praticamente. 

Ao terminar de assistir, como sempre faço, comecei a esquematizar mais ou menos os pontos que me chamaram a atenção para não me perder depois. E sobre esse filme, digo três coisas: Liesel, cenários e fotografia. 

Sophie Nélisse, a atriz de 13 anos que interpreta Liesel, não é conhecida para a maioria das pessoas. Inclusive pra mim. Não criei expectativa nenhuma em relação a personagem, o que eu raramente consigo mas sempre tento, deixando para ter opiniões quanto a escalação do elenco depois de ter visto a atuação de todos. E o nome dessa menina já foi pra minha lista de "preciso ficar de olho". Eu realmente consegui ver o crescimento da Liesel. Tanto na parte física, afinal os anos passam na história e conseguiram envelhecer a atriz, quanto na parte emocional. Mesmo quando ainda está quietinha, é possível perceber nos olhos da Liesel todos os seus pensamentos e sentimentos. Achei que apesar da pouca experiência (pelo o que pesquisei), Sophie deu conta do recado e fez um ótimo trabalho.

Já que a história se passa em um período de guerra na Alemanha, nada mais justo do que cenários que fossem coerentes com a realidade. Apesar de serem praticamente os mesmos durante todo o filme, o contexto da história é visível a todo o momento. A atmosfera de medo e preocupação, os símbolos nazistas, o nome de Hitler e questões típicas do dia a dia da população na época são elementos presentes e marcantes. 

E ainda quanto ao cenários e questões visuais da produção, a fotografia está linda. Foi de longe o que mais me chamou atenção. Tudo se encaixa perfeitamente e em nenhum momento senti a sensação de que alguma coisa estava fora do lugar. As cenas, desde as mais simples até as mais complexas, ficaram maravilhosas.

Quanto a questão do elenco, achei bem escolhido. Ouvi reclamações quanto a Emily Watson, que interpreta a Rosa, dizendo que ela não ficou tão brava e carrancuda quanto no livro, mas acho foi o suficiente. E Geoffrey Rush estava ótimo e foi um Hans super adorável. Ah, deixando a seriedade um pouquinho de lado e abrindo um espaço para fangirlar: Nico Liersch, que deu vida ao fofo Rudy Steiner, não deixa nada a desejar. Fiquei com olhos brilhando toda a vez que via o menininho na tela. E o nome dele já está ao lado do nome da Sophie na minha listinha. Adoro filmes que me dão de bandeja rostinhos jovens e talentosos para eu stalkear a carreira daqui para frente. 


Minhas únicas reclamações são sobre o desfecho e o Max. Senti que as coisas aconteceram bem devagar durante todo o filme, apesar de não ter achado cansativo, e acabaram de uma vez só. Algumas pontas ficaram meio soltas, mas nada que atrapalhe o entendimento. E mesmo os fatos acontecendo de uma forma mais lenta, achei que a relação do Max, interpretado por Ben Schnetzer, com a Liesel podia ser mais trabalhada. Mas também, outra coisa que não comprometeu o andamento do filme. Há um salto (que eu me lembre, não me condenem se eu estiver errada!) de alguns anos entre a primeira cena fofa e que demonstra uma ligação entre os dois e o momento em que eles já estão se dando super bem. Dá pra entender que nesse meio tempo eles criaram um laço muito grande. Mas ainda gostaria de ter visto isso acontecer. 

Mas o lindo mesmo é ver a importância dos livros e das palavras na vida da Liesel. E quanto isso a torna importante na vida dos outros. Dando um spoiler de fofura: Max pedindo para ela descrever o clima usando as palavras que ela conheceu nos livros é a coisa mais fofa do universo. 

Uma dica para quem ainda não assistiu: prepare o lencinho. Como já disse, o desfecho é bem rápido e de uma certa forma, até súbito. Uma coisa acontece atrás da outra. (Quem leu o livro, sabe o que acontece e sabe a razão de eu aconselhar um lencinho para os mais sentimentais. E já adianto que as cenas são fofas mas bem propensas a quebrar corações). Fora as cenas lindas durante o desenrolar da história.

Pra quem já assistiu, o que achou? Digno de assistir? Conta pra mim!

Beijos e até mais!
Isa

















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